quarta-feira, 30 de maio de 2012

Playoffs NBA: Hack-a-Splitter

Nick Collison não quer saber de ganchinho de Splitter: falta nele

Gregg Popovich não faz questão de ser simpático diante de jornalistas. Diante de torcedores. De adversários, quanto menos.

De formação militar, um excelente tático-estrategista, que vai pensar em todas as estratégias possíveis, mesmo aquelas que não pareçam muito legítimas, para derrotar seu oponente.

Daí vêm as faltas intencionais, mesmo sem bola, do Hack-a-Shaq nos embates históricos contra o Lakers no início dos anos 2000 para mandar o gigante para a linha de lances livres, onde ele pagava todos seus pecados.

Pop, na verdade, só seguiu os passos de um de seus primeiros “chefes” no basquete profissional, o doidão, cabeça aberta e ególatra Don Nelson, que gostava de revezar até quatro pivôs do Mavs para descer o porrete e irritar (e torturar) O’Neal.

Mesmo quando seu time é evidentemente superior, como no duelo com o Clippers na segunda rodada dos playoffs do Oeste, o técnico do Spurs não hesitou em fazer o mesmo com Blake Griffin ou DeAndre Jordan.

Agora, ele tem de aplaudir Scott Brooks, treinador do Oklahoma City Thunder. O pior: testemunhamos pela primeira vez um Hack-a-Splitter.

No terceiro período, para tentar conter aquilo que se tornava um espancamento em quadra, Brooks ordenou que seus jogadores fizessem faltas no pivô brasileiro, notoriamente irregular nos lances livres. Eles obedeceram: foram cinco posses de bola seguida do Spurs que terminaram com o loiro chutando na cabeça do garrafão.
Popovich elogiou: "Foi uma boa ideia". Pudera. Depois, completou sarcasticamente: "Nunca fiz isso antes. Foi uma coisa nojenta de se fazer. Faltou espírito esportivo".

Com sua mecânica remodelada, Splitter vinha em sua melhor temporada na linha em muito tempo, com 69,1% na temporda regular, bem acima dos 54,3% de seu primeiro ano no Texas. Nos playoffs, porém, o catarinense despencou. Mesmo: 32%. Algo temeroso. Ontem, pelo menos, ele acertou seis em 12.

No Jogo 1 das finais do Oeste, o pivô cometeu um airball feio daqueles. A partir dali, cada lance livre seu foi comemorado pela torcida do Spurs como se fosse gol, na tentativa de animá-lo – ao mesmo tempo, o gesto não deixa de ser bem-humorado também.

O catarinense vem jogando muito bem na defesa, disciplinado e contestando as poucas investidas dos pivôs do Thunder. No ataque, seu aproveitamento é de 62,8% nos chutes de quadra, se deslocando com inteligência e liberdade em pick-and-rolls, sua especialidade. O básico, para ele. Mas os lances livres são o grande ponto fraco no seu jogo no momento e, na verdade, em sua carreira.

Se der tempo, é provável que Chip Engelland volte a trabalhar com Splitter nos próximos dias, para devolver a confiança ao brasileiro. Vamos ver realmente se ele é um mago do arremesso.

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