segunda-feira, 18 de junho de 2012

Finais da NBA: Pressão e erro

Westbrook se esgueira e se estica para fazer a bandeja: fato raro no segundo tempo do Jogo 3

O companheiro Fábio Aleixo, do Lance!, reclamou barbaridade ontem no Twitter, e com certa razão: a bola parecia ensaboada na mão dos jogadores de Heat e Thunder pelo Jogo 3 das finais da NBA. Foram muitos turnovers, desperdícios de bola sem ao menos um arremesso.

No quarto período, um festival: 15 somados entre os dois times, mais de um por minuto. 

Nas contas do jornalista John Schuhmann, do NBA.com, as equipes tiveram um total de 13 erros nos três primeiros quartos – embora aqui haja um conflito com a boxe score oficial do jogo, que aponta apenas 23 no total, contra 28 do jornalista.

Conferimos, porém, a seção "jogada a jogada" no ESPN.com, e contamos os mesmos 15 de Schuhmann no quarto período, então vamos com a dele. E o que acontece para tanta bobagem em quadra?

O nervosismo influencia, claro. Mas não é só.

Se não, você, esperto, poderia interpelar: "Ah, então por que não vale o mesmo argumento para a final de jogo único do NBB?", e te daríamos toda a razão por apontar tal incoerência. 

A diferença é que, no dia em que tivermos um jogo de NBB com o nível de agressão na defesa que vimos neste domingo, o VinteUm já estará devidamente esmigalhado na poeira virtual. "Isso é competição no nível mais alto", afirmou o técnico Erik Spoelstra.

Existem erros simplesmente difíceis de explicar. Pegando de cabeça agora, o segundo seria o passe para fora de James Harden, no quarto período, quando o ala mal havia passado pela linha central, errando o alvo pela direita. A reposição de Thabo Sefolosha a 15 segundos do fim também é duro de engolir – sem opções para passe, ele poderia ter simplesmente pedido outro tempo, ou esperado até o último momento para ver Westbrook livre ao seu lado. 

Mas houve diversos lapsos, na verdade, forçados pelos adversários.  São, por vários minutos, dez atletas de primeiro nível em quadra. Gente com reflexo, envergadura, impulsão, força e velocidade incomuns se digladiando – e os próprios astros, superatletas em uma classe especial, sofrem: Wade, James e Durant acumularam 14 turnovers

O ataque pode não ter funcionado, mas as defesas foram excepcionais, e só assim para explicar como o Thunder levou o jogo até o final sem ver seus três principais pontuadores atenderem ao chamado no quarto final.

Há MUITA pressão em cima da bola, e, não, apenas na cabeça dos protagonistas. Se o jogador passa por seu primeiro marcador, invariavelmente vai se deparar com um ou dois corpos na frente, além de longos braços vindo de todos os lados – só não contando aqui o primeiro quarto de OKC diante de LeBron, na qual o astro teve cinco bandejas incontestes.

Tanto o ala como Durant e Wade estão habituados a ir com tudo para a cesta. Daqui para a frente, essas bandejas tendem a ficar mais difíceis. Os dois times já se enfrentaram cinco vezes durante a temporada e se conhecem bem demais a essa altura. As principais tendências individuais dos atletas estão bem estudadas e quantificadas. Saem mais pela direita ou para a esquerda? Procuram um segundo corte para que lado ou vão até o fim? Quando passam a bola, costuma ser para onde? Por aí vai.     

Neste domingo, a maior liderança de um time foi de dez pontos, dos visitantes, no terceiro período. Cada jogo se desenvolve ao seu próprio ritmo e modo. A tendência, porém, é que as coisas se apertem mais para as próximas duas partidas (no mínimo). Aí vamos ver quem está mais preparado e com mais cabeça para lidar com a pressão. Em todos os sentidos. 

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