segunda-feira, 11 de junho de 2012

Finais da NBA: A semana infernal de LeBron e Durant


Prontos para o duelo e a promoção

Pode ter certeza de que, no ginásio da Universidade de Akron, ninguém podia mais saber de Dirk Nowitzki. Provavelmente ninguém podia, na verdade, sequer ouvir uma palavra ou qualquer referência alemã. Foi em meados de junho, julho do ano passado, quando LeBron James estava recebendo um convidado especial em sua cidade natal: ele e Kevin Durant resolveram treinar juntos naquela que o astro do Miami Heat chama de “Hell Week”, uma semana infernal para os dois alas.

Durant, na final do Oeste, e LeBron, na grande decisão, haviam acabado de ser atropelados nos playoffs pelo inspirado e surpreendentemente aguerrido Dallas Mavericks, na redenção de Nowitzki e de mais de meio time.

“Estávamos chateados pelas eliminações. Então um empurrou o outro a cada dia nessa semana que chamamos de “semana do inferno”. E eu nos imaginei chegando nesse ponto. Como disse, estou feliz por ele, por ter conseguido chegar às finais e quero ver como será enfrentá-lo”, disse James.

Pois é. Os marqueteiros da NBA não devem estar se aguentando com a oportunidade de promover um duelo entre duas de suas principais estrelas, com a expectativa de que seja apenas o início de uma longa rivalidade, daquelas que a mídia norte-americana ama. A essa altura, só um “Kobe x LeBron” poderia ser melhor.

Nas finais de conferência, tanto Durant como James mostraram que podem evoluir sempre em quadra, apresentando diferentes e bem-vindas facetas ofensivas, por exemplo. O ala do Thunder nunca passou tanto a bola, e bem, como na virada para cima do Spurs, envolvendo seus companheiros e, ao mesmo tempo, conseguindo melhores arremessos, já que seus defensores deveriam se preocupar com outros movimentos além dos milhares que ele tem com a bola. Já LeBron fez o que se pedia há anos: esquecer um pouco os tiros de perímetro e operar mais próximo ao garrafão, área em que seus “talentos” podem ser devastadores.

Para as finais, ainda não sabemos qual será a abordagem dos técnicos Scott Brooks e Erik Spoelstra. Se eles vão colocar seus astros num embate direto e constante entre ataque e defesa. Se vão escalar Sefolosha e Battier na marcação do cestinha oponente. Ou se vão intercalar isso.

Ambos os alas têm responsabilidades enormes no ataque, embora não joguem sozinhos, claro. Dar a LeBron ou a Durant a missão de marcar o outro, durante 40 e poucos minutos, no desfecho de uma temporada excruciante, talvez seja loucura e pedir demais.

Spoelstra teria uma leve e suposta vantagem, a meu ver: seu astro já é um defensor de mão cheia, muito mais disciplinado e preparado que Durant, e está habituado a esse nível de carga. Contudo, lidar em sequência com Carmelo Anthony, Danny Granger e um Paul Pierce por sete jogos na final do Leste foi uma dureza que só. Há limites para qualquer super-atleta.

A final também não vai se resumir a esse duelo, e longe disso. Harden, Westbrook, Wade, Bosh, Ibaka, Perkins, Haslem, Chalmers, Fisher: há muitas alternativas para serem exploradas no jogo de xadrez entre os treinadores.

Não vai faltar história para o marketing da liga, independentemente de quem ganhar. O certo é que, por mais proveitosa que tenha sido o encontro dos dois no ano passado, nenhum deles quer reviver neste mês nada que seja parecido com o inferno. 

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