domingo, 17 de junho de 2012

Lucas Dias e o tranco da carência

Lucas, ainda magrinho para carregar tanto peso

Ao contrário do que propagandeiam alguns dos nossos estimados diretores da CBB, não é sempre que o Brasil vai se garantir no Mundial de uma categoria qualquer. Então, quando os garotos do Sub-18 asseguram sua vaga no Mundial Sub-19 do ano que vem, parabéns para eles, e tudo mais. 

Em São Sebastião do Paraíso, a equipe suou um tanto para derrotar o México na estréia, no sábado. Neste domingo, contra as Ilhas Virgens, uma vitória por sacolada selou a classificação. 

O destaque, vocês já sabem, é o ala-pivô Lucas Dias, do Pinheiros. Nos dois jogos, ele somou 37 pontos, 19 rebotes, três tocos em apenas 46 minutos, algo excepcional. Médias, portanto, de 18,5 pontos, 9,5 rebotes, 1,5 toco em 23 minutos por partida, sendo preservado por Demétrius. Não obstante, vem com aproveitamento de 65% nos arremessos de quadra e 40% de três pontos.

Tudo isso, mesmo sendo o mais novo do grupo brasileiro, com apenas 16 anos, cerca de dois anos mais jovem que a maioria dos companheiros e concorrentes. Qual foi o último prodígio brasileiro que causou impacto diante de gente mais velha na base? Talvez Tiago Splitter. 

Aí é a hora que você baba: uau. 

São números que vão de acordo com sua produção na categoria – não nos esqueçamos, no entanto, de que ele acompanha os adultos do clube paulistano durante a temporada, e isso ajuda muito, e ponto para o clube nessa. Então, fica tentador demais louvar Lucas por tudo, não? Que ele é a nova esperança de não sei o quê, que o basquete nacional tem um novo salvador etc. Tasca hype para cima do garoto. 

Só não contem com o VinteUm para isso. 

É de se admirar os números e o potencial do ala-pivô. Ágil, alto, com uma boa munheca. Dá gosto de ver um talento desses. Mas foram só algumas dúzias de jogos até agora. Na Copa América? Apenas dois. Amanhã, vai ter de se virar com o atlético e vibrante time dos EUA, por exemplo. 

Agora, vamos com calma, peguemos leve e deixemos Lucas crescer em paz. Isso serve para todos os envolvidos na formação do jogador: família, técnicos, amigos, parceiros, jornalistas, agentes, diretores etc. Vejam o caso de Lucas Bebê: outro tremendo potencial, mas que ainda procura seu lugar – e ainda está na idade para buscar isso, mesmo. Ninguém pode dizer que é ou vai ser fácil.

No caso de seu xará mais novo, são apenas 16 anos e poucas dezenas de quilos – magrinho que só, por enquanto – para o menino aguentar o tranco da carência do basqueteiro nacional. 

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